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A Poltrona que Já Aconchegou Choros

  • 28 de ago.
  • 1 min de leitura

Era a única que não combinava com o resto da sala. Veludo gasto, encosto torto, uma costura solta — e ainda assim, o lugar mais escolhido em dias difíceis.

Foi refúgio em noites longas, berço de lágrimas silenciosas, palco de reencontros com o próprio coração. Ali, chorar não era fraqueza: era ritual. Cada afundada no estofado era um pedido ao tempo para passar devagar.

Ela guardou confissões ditas entre soluços, abraços incompletos, e café mal tomado. Hoje, ninguém mais senta nela com a mesma urgência — Mas ela continua esperando, como quem sabe que o choro volta, só muda de data.


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